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Quando abasteces o teu carro a combustão, pensas na composição do combustível que usas? Sabias que este pode ter uma combinação de matéria residual, como óleo alimentar usado ou borras de café, adicionada ao gasóleo ou à gasolina convencionais? Para quem anda mais desatento, quase parece ficção científica, mas esta realidade faz parte do ciclo de utilização dos biocombustíveis avançados.


Estas soluções energéticas de última geração podem ajudar a reduzir, substancialmente, a emissão de gases com efeitos de estufa (GEE), provocada pelo setor automóvel. Além disso, conseguem contribuir ativamente para a tão desejada transição energética e neutralidade carbónica.


Apesar do forte aumento do número de carros elétricos em circulação, a grande maioria é alimentada pelos veículos a combustão. Aliás, tudo indica que a transformação deste panorama será lenta. Um estudo da ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal) estima que, em 2025, o parque automóvel português será composto por 12,6% de veículos elétricos e híbridos e por 87,4% de carros movidos a gasolina e a gasóleo. Isto prova que em Portugal, e um pouco por todo o mundo, a circulação automóvel continuará a contribuir, em grande escala, para o aumento da concentração de GEE e para as alterações climáticas.


Neste cenário, os biocombustíveis avançados surgem como uma nova fonte de energia, mais limpa, acessível a todos, capaz de minimizar o impacto negativo causado pelos motores a combustão. E isto é válido para os transportes de passageiros ou mercadorias, para a aviação e para os transportes marítimos.


O que são os biocombustíveis avançados?


Também conhecidos como biocombustíveis de última geração, estes são produzidos a partir de tudo o que é matéria-prima residual, desde substratos domésticos a industriais, a agrícolas e florestais, passando pelos resíduos urbanos. Por isso, não é de estranhar que, na sua composição, entrem óleos alimentares usados (OAU), borras de café, algas, molhos e margarinas fora de prazo, lamas de estações de tratamento de águas residuais (ETARs), entre outras matérias orgânicas renováveis.


Estes biocombustíveis avançados são os menos poluentes. Quando comparados com os combustíveis fósseis tradicionais, permitem reduzir as emissões de GEE entre 84% a 97%.


Biocombustíveis avançados: os aceleradores da transição energética


Diversificar as fontes de energia é a palavra de ordem para alcançar a neutralidade carbónica. Ao serem incorporados nos outros combustíveis, os biocombustíveis avançados conseguem aproveitar as infraestruturas já existentes e comuns a todos os setores da economia, como postos de abastecimento e redes de distribuição, tornando a transição energética mais rápida, limpa e eficiente.


Estas soluções oferecem uma abordagem duplamente vantajosa para a preservação do nosso planeta. Por um lado, ajudam a minimizar o impacte ambiental negativo, por libertarem menos GEE durante a combustão, e, por outro, permitem a reciclagem de resíduos que seriam descartados, reduzindo a pegada ecológica.


Caso os óleos alimentares usados não sejam reciclados adequadamente, estes podem contaminar milhares de litros de água. Isto destaca a importância da transformação dos resíduos em energia limpa e renovável, em vez de permitir que estes poluam o ambiente. A produção de biocombustíveis avançados defende esta abordagem, recorrendo à biomassa para proteger os recursos naturais e contribuir para a economia circular.


Por estarmos focados no nosso compromisso com a sustentabilidade e na migração para uma energia mais limpa, criamos o projeto PRIO Ecowaste. O objetivo é gerir todo o ciclo de vida dos OAU, desde a colocação nos oleões, recolha, transporte, pré-tratamento, armazenamento e compra da matéria-prima para a produção de biodiesel. Assim, conseguimos ter um impacto positivo no ambiente, na economia e na sociedade.


Se queres alimentar este ciclo de reaproveitamento, recicla os teus OAU. Utiliza o nosso localizador de oleões, que já conta com mais de 600 unidades espalhadas de norte a sul do país, e faz a tua parte.


Biocombustíveis avançados vs biocombustíveis: quais as diferenças?


A grande diferença entre estes dois tipos de biocombustíveis está na matéria-prima utilizada e não no modo de produção.


Os biocombustíveis convencionais, também conhecidos como de primeira geração, são produzidos a partir de matérias-primas vegetais, como cana-de-açúcar, beterraba, óleo de girassol ou óleo de palma. Apesar de menos poluentes que os combustíveis fósseis, não são totalmente neutros em carbono.


No caso dos biocombustíveis avançados, estes são criados a partir de resíduos e não dependem da produção agrícola, o que não influencia o preço dos alimentos. Isto torna-os mais sustentáveis e amigos do ambiente.


Desde 2006, publicado em Diário da República, é obrigatória a incorporação de biocombustíveis nos combustíveis fósseis. Esta legislação fez disparar a produção em Portugal. De acordo com a Pordata, a produção de biocombustíveis cresceu cinco vezes mais, entre 2006 e 2022, para ser utilizada no setor dos transportes.


Biocombustíveis avançados vs combustíveis fósseis: quais as diferenças?


Embora se complementem, estas duas fontes de energia têm origens, utilizações e repercussões ambientais distintas. Enquanto os biocombustíveis avançados baseiam a sua composição em fontes renováveis, como resíduos agrícolas e orgânicos, os combustíveis fósseis resultam da decomposição de matéria orgânica, ao longo de milhões de anos, contendo altas quantidades de carbono na sua base.


Exemplos de combustíveis fósseis


Recorrendo a exemplos de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo ou gás natural, listamos algumas das suas principais características:


• São compostos principalmente por hidrocarbonetos, produzidos a partir de material orgânico;
• Não são renováveis;

 Alimentam setores económicos abrangentes, desde os transportes à indústria, passando pela produção de energia elétrica;

• Destacam-se pelo forte impacte ambiental devido à emissão de GEE, durante a combustão.


Exemplos de biocombustíveis avançados


Recorrendo a exemplos de biocombustíveis avançados, como o biodiesel, o biogás ou bioetanol, listamos algumas das suas principais características:


• São produzidos a partir de matéria orgânica e residual, mediante processos biológicos e químicos que dão origem a substâncias com elevado poder de combustão;
• São fontes de energia renovável;
• Reduzem drasticamente as emissões de dióxido de carbono (até menos 98%, quando comparados com os combustíveis fósseis).


As principais vantagens dos biocombustíveis de última geração


As vantagens da utilização dos biocombustíveis de última geração são várias e transversais a todos os setores de atividade:


• São fontes de energia menos poluentes, uma vez que libertam menos dióxido de carbono durante a combustão;
• Produzem emissões mais limpas, contribuindo para a redução da poluição atmosférica;
• Alimentam a economia circular e contribuem para uma gestão mais eficiente dos recursos, já que são produzidos a partir de resíduos que seriam incinerados e enviados para aterros sanitários;
• Reforçam a diversidade de fontes de energia, contribuindo para um sistema energético mais resiliente e até para a segurança energética global;
• Aceleram a inovação, uma vez que há uma procura constante por novas matérias-primas residuais e novas formas de produção.


4 tipos de biocombustíveis avançados: descobre os mais comuns


Existem diversas opções de biocombustíveis avançados, cada uma com as suas próprias características e aplicações. Entre os mais comuns, destacamos os seguintes:


• Biodiesel: produzido a partir de óleos vegetais ou animais, é misturado com metanol, dando origem a um combustível renovável e biodegradável. Pode ser utilizado em motores a gasóleo. Tem a vantagem de não ser tóxico e contribuir para a redução de libertação de dióxido de carbono para a atmosfera;
• Bioetanol: é um tipo de etanol produzido a partir da biomassa, como milho, celulose ou cana-de-açúcar. Pode ser utilizado em motores a gasolina;
• Biometano: é produzido a partir da decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos, mas é purificado para atingir padrões de qualidade semelhantes ao gás natural convencional, mas menos poluente. Pode ser injetado diretamente na rede de gás natural ou utilizado como combustível veicular;
• Bioéter dimetílico: é um éter dimetílico, criado a partir de biomassa, que pode ser utilizado como biocombustível.


PRIO e a produção de biocombustíveis avançados


Devido à atual crise climática, a PRIO, uma das maiores produtoras europeias de biocombustíveis avançados, tem estado envolvida na procura de soluções mais sustentáveis e no desenvolvimento de novos produtos, em prol dos avanços da transição energética.


A nossa principal missão passa por te oferecer soluções de combustível mais sustentáveis e acessíveis, que possam ajudar-te a fazer mais pelo planeta. Do nosso portefólio de produtos, já fazem parte opções como:


• o ECO Diesel que incorpora 15% de energia renovável e que reduz até 18% a emissão de GEE;

• o ZERO Diesel produzido apenas a partir de resíduos e livre de energia fóssil;

• o Eco Bunkers desenvolvido para o transporte marítimo. Trata-se de um biocombustível avançado de alta qualidade, que resulta da incorporação de misturas ricas de biodiesel com gasóleo marítimo;

• o FLEX Diesel que oferece misturas intermédias entre 15% e 100% de energias renováveis, adaptando-se às necessidades de cada frota profissional. 


Biocombustíveis avançados em Portugal


De acordo com a Associação de Bioenergia Avançada (ABA), Portugal tem capacidade para produzir 770.000 metros cúbicos de biocombustíveis por ano. No entanto, em 2021, a produção nacional foi de 275.000 metros cúbicos. Ou seja, apenas cerca de 40% da sua capacidade.


Para acelerar isto, tanto a ABA, como os produtores nacionais, defendem o fim do teto máximo da incorporação de biocombustíveis nos combustíveis fósseis, bem como a criação de apoios financeiros e de legislação que permita acelerar a transição energética.


Quanto aos biocombustíveis avançados, em 2021 a sua incorporação nos combustíveis fósseis mais do que duplicou, relativamente ao mínimo obrigatório de 0,5%, revelou a mesma fonte.



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